quarta-feira, 16 de março de 2016

Ser julgado no STF não deve ajudar Lula, avaliam especialistas

Bernardo Barbosa
Do UOL, em São Paulo 16/03/2016 00h00


Uma das principais discussões quando se fala sobre ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser ministro do governo Dilma Rousseff é que ele terá, a partir de então, "foro privilegiado". Apesar da expressão remeter a privilégio e vantagens, juristas ouvidos dizem que esse novo status não necessariamente beneficiaria Lula nas denúncias pelas quais é investigado. Além de uma velocidade maior para o julgamento, o ex-presidente não teria como recorrer. 

O jurista Walter Maierovitch lembra que, se Lula fosse julgado por Moro, que atualmente concentra todas as denúncias contra o ex-presidente, ele teria a chance de recorrer a instâncias superiores. "Para o que o juiz Moro decide, há recurso para o Tribunal Regional Federal, o STJ e o STF. Para o que o Supremo decide, não tem outras instâncias", explica. "Ele deverá ser julgado mais rápido."

Desde segunda (14), o juiz Sérgio Moro concentra as denúncias contra Lula, já que a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira decidiu encaminhar o processo sobre o tríplex no Guarujá para análise do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, por entender que as denúncias contra Lula já são investigadas na operação.

Lula é acusado pelo Ministério Público paulista por suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica sobre o caso do triplex. Já pela Operação Lava Jato, os procuradores federais acusam do mesmo crimes pelo uso de um sitio em Atibaia. O ex-presidente nega as acusações e que seja proprietário dos imóveis. 

A advogada e ex-promotora de Justiça do MP de São Paulo Luiza Nagib Eluf, ouvida pela BBC, concorda com Maierovitch e lembra o processo do do "mensalão", que também foi julgado pelo STF. "Foi rapidamente resolvido. As pessoas acharam que demorou, mas porque nem todo mundo sabe quanto tempo leva quando inicia na primeira instância. É muito mais rápido quando você começa pelo fim, já que o STF é a última."

Ficha limpa

Para Ivar Hartmann, professor da FGV Direito Rio, se um dos objetivos de Lula ao virar ministro é de se proteger de investigações, o ex-presidente não estaria fazendo uma boa escolha.

"Ele vai ser julgado por uma turma. Se for condenado, isso o impede de se candidatar, porque cai na Lei da Ficha Limpa", diz, lembrando que ficam inelegíveis pessoas condenadas por órgãos colegiados.

Hartmann explica também que Lula ficará sujeito à interpretação do ministro ou ministra sorteado para relatar a ação contra ele. "Não se sabe quem vai ficar com o processo no Supremo. Dependendo do ministro que for sorteado como relator, o ex-presidente talvez esteja em uma situação mais difícil do que tendo como magistrado o Sérgio Moro", avalia.

Hoje, a primeira turma é presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso e inclui Marco Aurélio de Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. A segunda tem como presidente Dias Toffoli e é formada também por Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Teori Zavascki. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, não faz parte de nenhuma das turmas.

Mesmo antes de Lula ser anunciado como ministro, a oposição, por meio do DEM, já preparava na noite de segunda-feira (14) uma ação contra a nomeação do ex-presidente alegando desvio de finalidade. Entretanto, para Hartmann uma iniciativa como esta tem poucas chances de prosperar.

"Independente do processo contra Lula, todo mundo está vendo que o governo está numa situação difícil. Politicamente, o ex-presidente traria uma ajuda para o governo Dilma. Para o argumento de desvio de finalidade fazer sentido, só se quem estiver virando ministro for um total incapaz na área da política, o que é justamente o contrário do ex-presidente Lula", opina.

Processo unificado

Outra dúvida frequente nas discussões sobre Lula ministro e o julgamento de suas denúncias é que o ex-presidente deixaria a ex-primeira-dama Marisa Letícia e Fábio Luís, um de seus filhos, para serem julgados por Sérgio Moro. A questão é delicada.

"A lei fala que os processos devem ser unificados, para evitar decisões contraditórias. No mensalão, o Supremo entendeu que todos, por conexão probatória, devem ficar lá; quem tinha foro privilegiado e quem não tinha. O Supremo já mudou este entendimento. Então, será que o Supremo vai mudar de novo sua posição e trazer a conexão probatória de volta? Aí traria a Lula, a mulher, o filho e os outros. Se mantiver a decisão, a mulher e o filho poderão ficar com o Moro", diz Walter Maierovitch. 

Na terça-feira (15), o ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu mandar para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o processo contra Cláudia Cruz e Danielle Dytz, mulher e filha do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava Jato. 


Planalto anuncia Lula como novo ministro da Casa Civil

Anúncio foi feito depois de reunião do ex-presidente com Dilma Rousseff.
Agora, investigações sobre Lula na Justiça ficarão com o Supremo.

Do G1, em Brasília

O Palácio do Planalto anunciou nesta quarta-feira (16), por meio de nota oficial, a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro da Casa Civil, no lugar de Jaques Wagner, que será deslocado para a chefia de gabinete da presidente Dilma Rousseff. A informação foi antecipada pelo colunista do G1 e da GloboNews Gérson Camarotti.

"A Presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, deixará a pasta e assumirá a chefia do Gabinete Pessoal da Presidência da República", diz trecho da nota.

No mesmo  comunicado, a Presidência anunciou a ida do deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) para o comando da Secretaria de Aviação Civil, que estava, desde dezembro, sob uma chefia interina.

Os anúncios foram feitos no início da tarde desta quarta. Pela manhã, Dilma e Lula acertaram, em uma reunião no Palácio da Alvorada, a entrada do ex-presidente no primeiro escalão. Eles já haviam se reunido na residência oficial na noite desta terça (15) para tratar do assunto, no entanto, não haviam oficializado a nomeação porque decidiram discutir alguns detalhes nesta manhã.

Nos últimos dias, ministros do núcleo político do governo têm repetido que o objetivo da ida de Lula para o ministério seria ajudar a presidente da República a recompor a base política no Congresso Nacional e tentar barrar o processo de impeachment.

A consequência prática mais imediata da nomeação de Lula para um ministério, no entanto, é que o ex-presidente sai do alcance do juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância.

Todos os ministros de estado têm foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, o comando das investigações sobre Lula sairá de Curitiba e passará a ser do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Já o juiz do caso passará a ser o ministro do Supremo Teori Zavascki.

O ex-presidente da República chegou a Brasília na tarde de terça e, poucas horas depois, iniciou uma reunião com Dilma por volta das 19h na residência oficial da Presidência.

O encontro durou mais de quatro horas, mas terminou sem uma definição sobre a ida de Lula para o ministério. Ele e Dilma, então, decidiram continuar a conversa na manhã do dia seguinte.

Investigações

A nomeação de Lula para ocupar um cargo no governo se dá em meio a investigações conduzidas pela Justiça Federal para apurar se o ex-presidente recebeu vantagens indevidas do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

O ex-presidente também é investigado por, supostamente, ter omitido das autoridades ser o dono de um apartamento triplex em Guarujá (SP) e de um sítio em Atibaia (SP), o que a defesa dele nega.

Em razão das suspeitas, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula na semana passada. Na segunda-feira (14), a juíza Maria Priscila Oliveira remeteu o pedido ao juiz federal Sérgio Moro.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo Palácio do Planalto:

Nota à Imprensa

A Presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, deixará a pasta e assumirá a chefia do Gabinete Pessoal da Presidência da República.

Assumirá o cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil o ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Assumirá, ainda, o cargo de ministro de Estado Chefe Secretaria de Aviação Civil, o Deputado Federal Mauro Ribeiro Lopes.

A presidenta da República presta homenagem e agradecimento ao Dr. Guilherme Walder Mora Ramalho pela sua dedicação.



terça-feira, 15 de março de 2016

Lula aceita ser ministro. Mas fator Delcídio complica anúncio































O ex-presidente Lula bateu o martelo nesta terça-feira e decidiu aceitar o convite feito pela presidente Dilma Rousseff para integrar o mais alto escalão do governo federal. O ministério que o petista vai assumir, porém, ainda não está definido. Lula é cotado para a Secretaria de Governo, comandada por Ricardo Berzoini, ou para substituir Jaques Wagner na Casa Civil - pastas hoje nas mãos de petistas, o que evita conflito com aliados da base para abrigar Lula. A decisão, no entanto, foi tomada antes da divulgação, por VEJA, de novas revelações feitas pelo senador Delcídio do Amaral em acordo de delação premiada. Delcídio joga o ministro Aloizio Mercadante (Educação) no centro das investigações e também complica Lula, o que pode acabar mudando a composição feita anteriormente. "Isso já é fato consumado. A delação talvez apenas force o governo a reavaliar a distribuição das pastas", afirma um parlamentar. Virtual candidato em 2018, o ex-presidente quer assumir um ministério não de olho em suas pretensões eleitorais ou em busca de ajudar o país no momento de mais profunda crise. Lula, quer, na verdade, ganhar sobrevida nas investigações da Operação Lava Jato: com foro privilegiado, seu caso sai das mãos do juiz Sergio Moro e passa a ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (Marcela Mattos, de Brasília)








Delcídio: "Fui escalado por Dilma e Lula para barrar a Lava Jato"

Em entrevista ao colunista Lauro Jardim, agora há pouco, o senador solta dois novos petardos contra o governo

Da Redação
Em entrevista, agora há pouco, ao colunista Lauro Jardim de OGLOBO, o senador Delcídio do Amaral jogou duas novas bombas sobre o Planalto. “Cadê o governo que se dizia republicano, que nada interferiria nas investigações? A gravação do Aloizio (Mercadante) confirma o que eles sempre negaram. Na minha delação fica claro que fui escalado, como líder do governo, pela Dilma e pelo Lula para barrar a Lava Jato”. Prosseguiu Delcídio: “O (ministro) Edinho (Silva) não sairá vivo deste processo. Ele arrecadava recursos ameaçando, na linha do 'ou está com a gente ou está contra”.



As declarações do senador são nitroglicerina pura. Além de confirmarem sua delação, antecipada pela ISTOÉ em suas duas últimas edições e homologada hoje, as afirmações comprometem sobremaneira o governo, em especial a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Sobretudo porque confirmam a interferência dos dois nas investigações da Lava Jato. Os novos petardos do senador têm o potencial de implodir a estratégia do Planalto de fazer com que Lula seja alçado ao ministério de Dilma, a fim de alcançar o foro privilegiado, escapando de uma possível condenação pelas instâncias inferiores da Justiça.


STJ nega recurso do 'Japonês da Federal', citado em caso de corrupção

Newton Ishii foi condenado na Operação Sucuri, mas recorreu.
Caso de 2003 ainda corre nas esferas criminal e administrativa.

Samuel Nunes e James Alberti

Do G1 PR e da RPC





























O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso de três réus da Operação Sucuri, deflagrada em 2003, contra 19 policiais federais, além de agentes da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Um dos envolvidos no caso é o agente Newton Hidenori Ishii, que ficou conhecido como “Japonês da Federal”, ao aparecer constantemente escoltando presos da Operação Lava Jato.

À época, as investigações mostraram que os agentes facilitavam a entrada de contrabando no país, pela fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Segundo o advogado Oswaldo Loureiro de Mello Júnior, que defende Ishii e outros 14 réus, os processos decorrentes da Operação Sucuri ainda estão correndo na Justiça e nenhum dos acusados cumpriu qualquer pena.

O caso, contudo, segue sob segredo de Justiça. Em 2009, o juiz federal Pedro Carvalho Aguirre Filho, que coordenava os processos em Foz do Iguaçu, emitiu uma nota esclarecendo apenas que os agentes federais condenados haviam recebido penas que variavam entre oito anos, um  mês e 20 dias de reclusão, além de 160 dias-multa a quatro anos e oito meses de reclusão e 100 dias-multa.

"Um denunciado do grupo de contrabandistas foi absolvido de todas as acusações, bem como do grupo de servidores públicos federais, réus nas ações penais decorrentes da Operação Sucuri, foram absolvidos quatro Agentes de Polícia Federal e dois Técnicos da Receita Federal", explicou Aguirre Filho, sem detalhar os nomes dos réus.

Na decisão do STJ, tomada pelo ministro Félix Fischer, há um trecho que trata da redução de pena para quatro anos, dois meses e 21 dias de prisão, em regime semiaberto e mais 95 dias-multa. Todavia, o texto do magistrado não deixa claro sobre qual dos três apelantes terá a pena reduzida. A defesa de Ishii diz que ele foi condenado apenas a pagar cestas básicas.

O advogado de Ishii garantiu que já recorreu da decisão, à 5ª Turma do STJ, já que a decisão contra os clientes foi monocrática. Ainda de acordo com ele, há a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal, caso continue com decisões desfavoráveis.

Ainda de acordo com o advogado que o defende, o "Japonês da Federal” responde a três processos, derivados da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa. Todos estão em andamento.



segunda-feira, 14 de março de 2016

Lula diz que será candidato em 2018 e que espera pedido de desculpas

Lula foi um dos alvos de condução da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Depoimento do ex-presidente foi disponibilizado nesta segunda-feira (14).

Adriana Justi e Bibiana Dionísio
Do G1 PR




O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que será candidato à Presidência da República em 2018 e que espera que alguém lhe peça desculpas após as investigações. A transcrição da fala de Lula foi disponibilizada no sistema da Justiça Federal nesta segunda-feira (14).

O ex-presidente foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras. O depoimentos dado na sexta-feira (4) durou mais de três horas.

Leia na íntegra o depoimento do ex-presidente.


A 24ª fase da Operação Lava Jato investiga a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) dizem ter encontrado indícios de que Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via Instituto Lula e a empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-presidente.

O MPF diz que o instituto recebeu de empreiteiras, investigadas na Lava Jato, R$ 20 milhões em doações e que a LILS Palestras recebeu R$ 10 milhões. Investigadores querem saber se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados.

No dia em que Lula foi levado para prestar depoimento, a defesa do ex-presidente pediu ao Supremo 
Tribunal Federal (STF) a suspensão de procedimentos relacionados às investigações relacionadas a ele dentro da Operação Lava Jato, mas a ministra Rosa Weber negou pedido.

Os advogados alegaram que a condução coercitiva do ex-presidente foi "desnecessária". "O suscitante [Lula] já prestou um depoimento à Polícia Federal quando notificado a fazê-lo em inquérito policial que corre em Brasília, deste ano, conforme documento anexo. Portanto, não há nenhuma base para presumir que, regularmente notificado, não iria repetir um ato de cuja realização não relutara", diz o pedido de suspensão.

À época, por meio de nota oficial, o Instituto Lula afirmou que a ação da Polícia Federal que realizou buscas na casa do ex-presidente e a condução coercitiva foi "arbitrária, ilegal e injustificável".
Triplex no Guarujá

O ex-presidente reafirmou que o apartamento triplex no Guarujá não pertece a ele. Disse que se sente desrespeitado e afirmou que o Ministério Público de São Paulo terá que comprovar que o apartamento é dele.


Candidato em 2018

Lula afirmou que vai ser candidato à Presidência da República em 2018. “(...) vou  ser  candidato  à  Presidência  em  2018 porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível”, afirmou Lula lembrando a história de vida dele e da esposa Marisa Letícia.


Doações

As doações envolvendo o Instituto Lula foram abordadas logo no início do depoimento. De acordo com o ex-presidente, as doações são sem contrapartida. Quanto as despesas, Lula diz não saber como funciona.

"Eu não autorizo porque eu não, no instituto hoje eu sou só presidente de honra e você sabe que se um dia você for presidente de honra da Polícia Federal aqui você não representa mais nada, ou seja, então o presidente de honra é um cargo de honra só, eu não participo das reuniões da diretoria, eu não participo das decisões, porque o instituto tem uma diretoria própria", afimou o ex-presidente.


Ainda sobre o instituto, o delegado perguntou a Lula se é comum as empresas oferecerem doações. Ao responder, Lula disse que não conhece ninguém que ofereça dinheiro espontaneamente e argumentou que nem o dízimo da igreja é espontâneo.


Pagamentos para a G4 Entretenimento e Tecnologia

O delegado responsável por colher o depoimentos cita algumas empresas que tiveram relação com o Instituto Lula ou com a Lils. O presidente afirma não conhecê-las.

Ainda sobre empresas com contratos com o Instituto Lula e com a Lils, o delegado menciona a empresa G4 Entretenimento e Tecnologia, que pertence ao filho do ex-presidente. Segundo as investigações, o instituto Lula repassou R$ 1 milhão.
De acordo com o ex-presidente, a empresa prestou um serviço e recebeu por ele corretamente. O contrato, segundo Lula, foi devidamente declarado à Receita Federal.Lula diz que o trabalho realizado pela empresa deve ter siso para a criação do Memorial da Democracia e do Políticas Públicas, que segundo o ex-presidente, são programas digitais para difundir o que aconteceu no Brasil.


quinta-feira, 10 de março de 2016

OPERADORA OI É CONDENADA A INDENIZAR COMSUMIDOR POR BLOQUEIO INDEVIDO NA LINHA TELEFÔNICA

Consumidor havia contratado plano controle de telefonia fixa e a empresa enviou faturas com o excesso da cobrança.

Discordando dos valores o consumidor entrou em contato com o SAC da empresa e contestou as contas.

Mesmo diante da contestação a empresa efetuou bloqueio na linha telefônica do consumidor.

O Juiz que proferiu a sentença entendeu que as cobranças foram equivocadas e que o bloqueio foi indevido, pois, o consumidor havia reclamado do valor da fatura que se encontrava pendente de pagamento.

Diante disto, o Juiz também entendeu que o consumidor sofreu danos morais e condenou a empresa a lhe pagar o valor de R$ 5.000,00 a título de reparação.






quarta-feira, 9 de março de 2016

Renan afirma que Lula não vai integrar ministério de Dilma

Ex-presidente estava sendo pressionado pelo PT a assumir pasta para ter foro privilegiado
Agência Brasil

Contrariando especulações que surgiram nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (9) que não pretende assumir nenhum ministério no governo Dilma . A informação é do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que recebeu o ex-presidente na residência oficial do Senado para um café da manhã com senadores de vários partidos da base aliada. O encontro durou cerca de três horas.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com a presença de senadores de vários partidos da base aliada do governo

“Evidente que não temos informações sobre essa hipótese. Na conversa, ele disse que quer ajudar o Brasil e o governo e que, para fazer isso, não precisa ser nomeado ministro. Ele pode fazer de qualquer maneira”, afirmou Renan, ressaltando que Lula teria negado no encontro que tenha recebido convite nesse sentido da presidenta Dilma.

Ainda segundo Renan, durante o encontro Lula ouviu avaliações, desabafos e preocupações de parlamentares com a crise política e econômica do país e disse que está disposto a conversar com parlamentares da base e até da oposição.

Conforme o presidente do Senado, a conversa teve um tom de unidade para o enfretamento da crise. Renan Calheiros adiantou que encontro semelhantes devem ser feitos com os ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso.

Polícia Federal

O senador Lindbergh Farias (PMDB-RJ), que também participou do café da manhã, informou que o ex-presidente se mostrou indignado e perseguido com o mandado de condução coercitiva cumprido na sexta-feira (4) pela Polícia Federal. De acordo com Lindbergh, Lula reafirmou que a reprovação da ação ocorreu especialmente pelo fato dele nunca ter se negado a dar informações. 

Câmara aprova projeto que libera uso e fabricação da 'pílula do câncer'

Desenvolvida pela USP, a fosfoetanolamina sintética ainda está em teste.
Proposta agora segue para o Senado antes de ir à sanção presidencial.

Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) projeto que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. O texto segue agora para análise do Senado antes de ir à sanção presidencial.
Desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) para o tratamento de tumor maligno, a substância é alardeada como cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.
A "pílula do câncer" foi distribuída durante anos pela USP de São Carlos. Desde novembro, a distribuição está suspensa por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente, a substância é estudada pelo Instituto do Câncer de São Paulo, que iniciará testes em seres humanos.

Pelo projeto de lei aprovado pela Câmara, pacientes com tumor maligno poderão usar a “pílula do câncer”, desde que exista laudo médico que comprove a doença. O paciente ou seu representante legal terá ainda que assinar um termo de consentimento ou responsabilidade.

A proposta vai além e também permite a fabricação da fosfoetanolamina sintética mesmo sem registro sanitário.
“Ficam permitidas a produção e manufatura, importação, distribuição e prescrição, dispensação, posse ou uso da fosfoetanolamina sintética, direcionadas aos usos de que trata esta lei, independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca dessa substância”, diz o texto.

O projeto ressalva, porém, que a produção da “pílula do câncer” só pode ser feita por “agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente”. 

"A burocracia estatal demoraria demais para autorizar o medicamento, e o câncer não espera. O que estamos fazendo aqui é liberando, dando a possibilidade, o direito de tomar a pílula e a possibilidade para aqueles que querem fabricar a pílula", disse o relator da proposta, deputado Marcelo Aro (PHS-MG).
Embora defenda a liberação da substância, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) ponderou que ela não tem eficácia garantida e destacou que, se os testes apontarem que a pílula pode oferecer riscos, a autorização para o uso terá que ser derrubada.
"Sabemos que há relatos de melhorias ou bem-estar. Há relatos também de gente que usou e não melhorou. Temos que ser francos para não oferecer uma esperança que pode não se confirmar amanhã", disse o deputado do PT.

Como surgiu a pílula
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.
Em junho do ano passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer da decisão na Justiça. Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a produção e distribuição do produto.
Mas, desde novembro, por causa de uma nova decisão judicial, a distribuição da substância está proibida. A polícia chegou a fechar um laboratório em Conchal (SP), que estava produzindo ilegalmente a substância.
Um levantamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que 5 mil pessoas no estado estão sem receber a fosfoetanolamina sintética. Segundo o pesquisador que desenvolveu a droga, a substância ajuda a célula cancerosa a ficar mais visível ao sistema imunológico. Com isso, o organismo combate com mais facilidade essas células.
A Anvisa diz que é preciso comprovar a eficácia e a segurança do produto, e que os prazos dos estudos devem ser respeitados. Agora, o Instituto do Câncer de São Paulo vai começar os testes em pacientes. A produção da substância será feita pela Fundação para o Remédio Popular (Furp). O investimento total para os testes deve ser de aproximadamente R$ 2 milhões.
No ínicio, 10 pessoas vão receber a substância. Se nenhum paciente tiver efeitos colaterais graves, o estudo continua. Serão separados 10 grupos de cada tipo de câncer, com 21 pacientes cada. Se pelo menos dois pacientes responderem bem, a pesquisa será ampliada. Progressivamente, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o máximo de 1 mil pessoas.
A estratégia, segundo a equipe, permitirá melhor compreensão da droga. O oncologista e diretor-geral do Icesp, Paulo Hoff, disse que a prioridade é a segurança dos pacientes. Por isso, nesse primeiro momento, a pesquisa vai avaliar se a droga é segura e se há evidência contra o câncer.

'Se me deixarem solto, viro presidente', diz Lula

Nelson Almeida/AFP



















O ex-presidente Lula após depoimento para investigações da Operação Lava Jato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um diagnóstico positivo sobre o impacto da ação da Operação Lava Jato que o levou para prestar depoimento de forma coercitiva. A pessoas de sua confiança, ele tem dito que o PT e o governo mais ganharam do que perderam com o episódio.

"A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. E, se me deixarem solto, viro presidente de novo", disse Lula a mais de um interlocutor. Conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" apurou, o ex-presidente mostrou-se confiante em resgatar a imagem do partido.

Lula chegou nesta terça-feira (8) à tarde a Brasília para reunir-se com a presidente Dilma Rousseff pela segunda vez em quatro dias. Nesta quarta pela manhã, o ex-presidente tem encontro marcado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem sido pressionado por alguns colegas a aderir ao impeachment.

No Congresso, a avaliação é que a ação da Lava Jato causou um efeito positivo para Lula em vários aspectos. "O episódio unificou o PT e tirou o partido da paralisia. Atualmente, não há clima mais para falar em disputa entre correntes internas", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Para ele, a forma como ocorreu a condução coercitiva de Lula também sensibilizou os movimentos sociais. "Até para quem não vota no Lula de jeito nenhum foi transmitida uma sensação de que houve abuso por parte da Lava Jato."

Os advogados do ex-presidente recorreram da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, que negou pedido de liminar para que a Corte suspendesse a 24ª fase da Operação Lava Jato e decidisse qual órgão deve ser responsável pelas investigações contra o petista. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Justiça autoriza Lula a ter acesso a processos que citam o nome dele

Ex-presidente foi um dos alvos da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Defesa solicitou acesso em nome 'do Princípio da Ampla Defesa'.

Adriana Justi e Bibiana Dionísio
Do G1 PR




























A Justiça Federal autorizou nesta quarta-feira (9) que os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva tenham acesso a dois processos que envolvem o nome do ex-presidente. O pedido para que a defesa visualize o conteúdo foi feito na terça-feira (8) nos autos da 24ª fase da Operação Lava Jato.

Essas duas investigações citadas pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato na primeira instância, dizem respeito ao Instituto Lula e à empresa Lils Palestra, que pertence ao ex-presidente.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas em um apartamento triplex em Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP), além da compra de móveis.
Os procuradores afirmam ainda que há evidências de que o petista teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Também são alvo de investigação doações de, aproximadamente, R$ 20 milhões para o Instituto Lula e pagamentos de cerca de R$ 10 milhões a empresa de palestras do ex-presidente. Lula teve um mandado de condução coercitiva expedido contra ele.

09/03/2016 12h11 - Atualizado em 09/03/2016 14h26
Justiça autoriza Lula a ter acesso a processos que citam o nome dele
Ex-presidente foi um dos alvos da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Defesa solicitou acesso em nome 'do Princípio da Ampla Defesa'.
Adriana Justi e Bibiana Dionísio
Do G1 PR
FACEBOOK
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de encontro com sindicalistas e membros do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo  (Foto: Nelson Almeida/AFP)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo da 24ª fase da Lava Jato (Foto: Nelson Almeida/AFP)
A Justiça Federal autorizou nesta quarta-feira (9) que os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva tenham acesso a dois processos que envolvem o nome do ex-presidente. O pedido para que a defesa visualize o conteúdo foi feito na terça-feira (8) nos autos da 24ª fase da Operação Lava Jato.


LAVA JATO: 14ª FASE
Alvos são Odebrecht e Andrade Gutierrez
prisões dos executivos
procurador e delegado falam
vídeo: não há dúvida, diz mpf
cronologia
condenações
notícias da lava jato
Essas duas investigações citadas pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato na primeira instância, dizem respeito ao Instituto Lula e à empresa Lils Palestra, que pertence ao ex-presidente.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas em um apartamento triplex em Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia (SP), além da compra de móveis.
Os procuradores afirmam ainda que há evidências de que o petista teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Também são alvo de investigação doações de, aproximadamente, R$ 20 milhões para o Instituto Lula e pagamentos de cerca de R$ 10 milhões a empresa de palestras do ex-presidente. Lula teve um mandado de condução coercitiva expedido contra ele.
Os advogados pediram uma certidão com “todos os processos, procedimentos ou incidentes vinculados ao presente feito ou não, em regime de sigilo ou não”, que envolvam o nome de Lula, “em nome do Princípio da Ampla Defesa”.

De acordo com Moro, a decisão que liberou o acesso serve como a certidão requerida. Ele ainda autorizou que, caso seja pedido, o acesso também pode ser liberado para advogados que representam outros investigados.
No despacho, o juiz afirmou que, caso existam outros processos, a defesa está autorizada a ter acesso a eles.

Defesa
Na segunda-feira (7), a Polícia Federal informou ao juiz Sérgio Moro que, ao ser interrogado, Lula fez diversas referências a um documento em que nega ter ocultado patrimônio em  Guarujá.
O documento, que foi protocolado no processo de investigação, tem o mesmo conteúdo de nota divulgada no fim de janeiro pelo Instituto Lula para negar que o ex-presidente é dono de um triplex no litoral paulista.
Ele explica como a mulher de Lula, Marisa Letícia, fez a aquisição de cotas de um projeto da Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no edifício que à época chamava-se Mar Cantárbico.
A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS, dentre eles o prédio em Guarujá, que passou a se chamar Solaris.
O texto diz que a família do ex-presidente Lula investiu R$ 179.650,80 na compra da cota, que foi declarada à Receita e ao Tribunal Superior Eleitoral, segundo a assessoria do petista.
"Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora", afirma o Instituto Lula.
O Instituto Lula afirma, ainda, que o ex-presidente visitou o apartamento de número 164-A, que estava disponível para venda, acompanhado de sua mulher e do então presidente da OAS, Léo Pinheiro, preso na Operação Lava Jato.
"Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava. Foi a única ocasião em que o ex-presidente Lula esteve no local", diz a nota.

'Boatos'
O Instituto Lula também afirmou em nota que a família de Lula desistiu de utilizar a cota para adquirir um dos imóveis disponíveis no condomínio porque "as notícias infundadas, boatos e ilações romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento".
"A família do ex-presidente Lula solicitou à Bancoop a devolução do dinheiro aplicado na compra da cota-parte do empreendimento, em 36 parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009", afirma a assessoria.
A devolução do dinheiro aplicado à família do ex-presidente, segundo o instituto, ainda não começou a ser feita.
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/03/justica-autoriza-lula-ter-acesso-processos-que-citam-o-nome-dele.html

STF confirma data para julgamento sobre recurso contra rito do impeachment


O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta terça-feira (8) que deve julgar na quarta-feira (16) o recurso no qual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende modificar o julgamento sobre as regras de tramitação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, definidas em dezembro do ano passado.

A data foi definida após conversa telefônica entre o presidente do STF Ricardo Lewandowski e o ministro Luís Roberto Barroso, relator do recurso de Cunha. Mais cedo, parlamentares da oposição se reuniram com Lewandowski para cobrar agilidade da Corte no julgamento do recurso e destravar politicamente o andamento do impeachment.

Antes do anúncio, o presidente da Câmara reiterou pedido para que a Corte reveja a decisão que definiu o rito de impeachment. Eduardo Cunha voltou a defender votação aberta para eleição da comissão e a obrigatoriedade do Senado para dar prosseguimento ao processo de impedimento da presidente Dilma.

Fonte: Agência de Notícias
http://istoenoticia.com/?p=5738

Lava Jato: Marcelo Odebrecht é condenado a 19 anos de prisão


O dono da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, a maior empreiteira do país, foi condenado, nesta terça-feira (8), a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na Operação Lava Jato. Foram sentenciados com a mesma pena e pelos mesmos crimes, no processo, os executivos Márcio Faria e Rogério Araújo, ex-diretores da construtora.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, afirmou, em relação a Marcelo Odebrecht, que “a prática do crime corrupção envolveu o pagamento de R$ 108.809.565 e US$ 35 milhões aos agentes da Petrobras, um valor muito expressivo”. O magistrado destacou que ‘um único crime de corrupção envolveu pagamento de cerca de R$ 46.757.500 em propinas’.

Antes da decisão, Marcelo e Léo Pinheiro, que comandam a OAS, estavam reunidos para fechar um acordo de delação casada, segundo o jornal O Globo. Eles querem se colocar à disposição dos procuradores para delatar o que sabem sobre a corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública. As construtoras acham que uma ação isolada poderia ser fatal para uma ou para ambas. Uma iniciativa simultânea reduziria riscos.

Fonte: Agência de Notícias

Trump amplia vantagem nas prévias; Sanders surpreende em Michigan

Bilionário vence no Mississippi, Michigan e Havaí; Ted Cruz leva Idaho.
Entre democratas, senador por Vermont contraria pesquisas e bate Hillary.

Do G1, em São Paulo




























O pré-candidato republicano Donald Trump consolidou nesta terça-feira (8) sua liderança na corrida pela nomeação do partido para as eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro, vencendo nos estados de Michigan, Mississipi e Havaí. Ted Cruz venceu em Idaho.
Entre os democratas, Bernie Sanders supreendeu e venceu em Michigan, a disputa mais importante do partido nesta terça. A vitória do senador por Vermont contraria pesquisas de opinião, que apontavam vitória de Hillary Clinton. Mas a ex-secretária de Estado ganhou no Mississipi com mais de 80% dos votos.
Quatro estados realizaram prévias das eleições norte-americanas. Além de Michigan e Mississippi, que tiveram primárias tanto de republicanos quanto de democratas, em Idaho e no Havaí votaram apenas republicanos (as prévias democratas nos dois estados serão em 22 e 26 de março, respectivamente).

VEJA QUEM VENCEU NAS PRÉVIAS DESTA TERÇA (8):
Partido Republicano
Michigan - Donald Trump
Mississipi - Donald Trump
Idaho - Ted Cruz
Havaí - Donald Trump
Partido Democrata
Michigan - Bernie Sanders
Mississipi - Hillary Clinton
Com as vitórias desta noite, o bilionário Trump acumula 15 vitórias em 22 prévias, e se afasta ainda mais de Ted Cruz, senador pelo Texas - que até então estava atrás do magnata por apenas 84 delegados.

Para um republicano, é preciso conquistar 1.237 dos 2.472 delegados disponíveis no partido.
Até as prévias desta terça, Donald Trump tinha 384 delegados; Ted Cruz, 300; e Marco Rubio, 151. Agora, Trump tem 446 delegados e Cruz, 347. Rubio atingiu 151 e Kasich, 54.




























A vitória de Clinton já era prevista no Mississippi devido à presença de uma importante comunidade negra. Nas primárias realizadas nos estados do sul, Clinton arrebatou cerca de 70% dos votos dos negros.
Apoiada pela máquina democrata, a ex-secretária de Estado parece caminhar tranquila para a vitória sobre o senador Bernie Sanders, apesar da derrota de hoje em Michigan. Ela já tem quase metade do número de delegados necessários para ser a indicada pelo partido.
Até esta terça, Clinton contava com 1.134 delegados e Bernie Sanders com 499, incluindo os superdelegados. Para ser apontado candidato, um democrata precisa ter os votos de 2.382 dos 4.763 delegados disponíveis.
Prévias
Na mira dos republicanos e democratas estão agora as prévias da próxima terça-feira, quando seis estados irão às urnas - inclusive Flórida, Illinois, Missouri e Carolina do Norte, que têm grande número de delegados.
Até o dia 14 de junho, eleitores de todo o país irão indicar delegados para representá-los nas convenções de cada partido.
O estado que irá indicar o maior número de delegados de ambos os partidos, a Califórnia, será um dos últimos a realizar suas primárias, marcadas para 7 de junho.
Tanto primárias quanto caucuses têm duas modalidades diferentes: fechada, na qual votam apenas os eleitores registrados em cada partido, e aberta, em que qualquer eleitor pode votar no pré-candidato que escolher de um dos partidos (mas não nos dois). Alguns estados, como Ohio, Califórnia e Nova Jersey, adotam um sistema misto.
Os dois partidos definem em julho quem serão seus candidatos oficiais. A convenção do Partido Republicano acontece antes, entre os dias 18 e 21 de julho, em Cleveland, Ohio. Já o Partido Democrata aponta seu candidato oficial ao final de uma convenção realizada entre 25 e 28 de julho, na Filadélfia, Pensilvânia.
As eleições norte-americanas serão realizadas em 8 de novembro.

Lula toma café da manhã com Renan e senadores da base

Encontro serve para ex-presidente tentar manter PMDB como aliado.
Na noite desta terça, Lula se reuniu por mais de 3 horas com Dilma.

Gustavo Garcia
Do G1, em Brasília


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na manhã desta quarta-feira (9) com senadores do PMDB e do PT na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula chegou à residência oficial do Senado por volta das 8h45.
Também participam do encontro, além de Lula e Renan, os senadores Eunício de Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Jorge Viana (PT-AC) e Humberto Costa (PT-PE), entre outros senadores da base governista.
Segundo a colunista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, no café da manhã, o ex-presidente tenta costurar apoios para evitar que o PMDB abandone a base do governo no Congresso.
Na noite desta terça-feira (8), Lula passou 3 horas em encontro com a presidente Dilma e ministros.
Segundo o G1 e a TV Globo apuraram, Lula e Dilma pretendiam usar o encontro para avaliar as estratégias que passarão a adotar após a Polícia Federal deflagrar, na semana passada, uma operação que teve o ex-presidente como principal alvo – ele foi levado a prestar depoimento e a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele e na sede do Instituo Lula.

Direitos desconhecidos mas que são garantidos ao consumidor

Na era digital, parece que nada escapa aos olhos, todos possuem conhecimento, mesmo que básico, sobre tudo. Entretanto, algumas questões ainda permanecem desconhecidas, como é o caso dos direitos do consumidor. Tudo bem que qualquer pessoa pode ter acesso ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor ou digitar o que procura em qualquer buscador e encontrar sua resposta, mas, e quando não sabemos exatamente o que procurar?

De acordo com Rosemeire Cecília da Costa, advogada pública no Procon-MS, alguns direitos garantidos aos consumidores não são respeitados pelos empresários, outros muitos, ainda são desconhecidos pelo consumidor, apesar de o Código de Proteção e Defesa do Consumidor acabar de completar 23 anos no último dia 11 de setembro. Para Hugo Fanaia de Medeiros, advogado na área de direito do Consumidor e secretário-geral adjunto da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor da OAB/MS, a popularização da internet ajudou a reduzir a falta de conhecimento dos consumidores , porém, existem muitos direitos que a população só tem acesso a informação quando orientada por algum profissional no assunto.

Os advogados e especialistas em direitos do consumidor, Hugo Fanaia e Rosemeire Cecília contribuíram para a lista de direitos a seguir, que, de acordo com os mesmos, são pouco conhecidos ou que, mesmo a população tendo conhecimento, não procura assistência jurídica sobre o assunto.

Revisão contratual - Em financiamento de bens, quando se trata de veículo ou imóvel, as financeiras acabam cobrando taxas indevidas dos consumidores ou, às vezes, juros que não são compatíveis com o mercado. Nesses casos, o consumidor tem direito a ter seu contrato revisado judicialmente, e se, procedente sua ação, será ele ressarcido em dobro e corrigido monetariamente de valores pagos indevidamente e, dali em diante, pagará somente o que for efetivamente correto, de acordo com a decisão judicial, e não com o que foi inicialmente contratado.

Cobrança de taxa de corretagem - Muitas construtoras e imobiliárias cobram indevidamente esta taxa de seus consumidores. A famosa "taxa de corretagem" é, na verdade, um valor pago ao corretor de imóveis em razão da prestação de serviço de assessoria imobiliária e está previsto na legislação brasileira. Porém, em casos de compra de imóveis na planta, o valor deve ser pago pela construtora e não pelo consumidor, uma vez que, quem contratou o serviço do corretor para vender o imóvel foi, na verdade, a própria construtora. Assim, na ação judicial, o consumidor pode ser ressarcido em dobro em razão da cobrança indevida.

Precificação na vitrine - O preço à vista deve ser especificado em local de fácil visualização, não expondo o consumidor a ter que fazer contas sobre as prestações e nem a ter que perguntar sobre o preço. A advogada no Procon-MS, Rosemeire Cecília, afirma entretanto, ainda esta é uma lei que o empresário não respeita na integralidade e o consumidor não procura este direito exatamente por conta de desconhecê-lo.

Cancelamento de Serviços - Desde 2008 há a garantia de cancelamento de serviços por quaisquer meios pelos quais se possa contratar o serviço, porém, muitas empresas ainda obrigam o consumidor a procurar o SAC via telefone para a realização do cancelamento, e como o consumidor desconhece este direito, acaba passando por diversas etapas até conseguir realizar o cancelamento por este meio de comunicação.

Pagamento com cartão de crédito à vista - Compras realizadas com cartão de crédito em uma única cobrança a ser paga no vencimento do cartão, são consideradas à vista e, dá ao consumidor o direito a usufruir de qualquer benefício concedido para o pagamento com dinheiro ou cartão de débito. Outro fator a ser considerado é que qualquer taxa cobrada pela administradora de cartão deve ser paga pelo lojista.

Consumidor doador de sangue tem benefícios - Cada Estado possui sua própria lei dispondo sobre direitos do doador de sangue. Na maioria dessas leis, está previsto que o doador tem direito a pagar meia-entrada em eventos culturais, esportivos e quaisquer outros que proporcionem lazer, cultura e entretenimento. Além disso, os doadores podem utilizar-se da fila preferencial aos idosos em bancos.

Atraso em obra - Quando uma construtora atrasa uma entrega, o consumidor tem direito a receber uma indenização por danos morais e, também, o valor do aluguel que estiver pagando em sua residência atual ou o valor de um aluguel que estaria ganhando, caso alugasse o seu futuro imóvel. Além disso, a construtora pode ser condenada a pagar juros e multas por conta do inadimplemento contratual.

Negativação indevida em cadastro de inadimplentes - Inicialmente, podemos considerar a negativação indevida do nome do consumidor em cadastro de inadimplentes como sendo um dos casos mais frequentes, mas que muitas vezes não tem a atenção reconhecida por parte dos consumidores. Quando uma pessoa paga determinada conta e, mesmo assim, a empresa coloca o nome dela nos cadastros de inadimplentes como se ela não a tivesse pagado, este consumidor não só tem direito a ver seu nome retirado desses cadastros, como, também, a ganhar uma indenização por danos morais em razão deste constrangimento de ter seu nome sujo na praça indevidamente. Pode acontecer, também, do consumidor ter uma dívida e seu nome ter sido inscrito devidamente nos cadastros de proteção ao crédito, porém, depois que esta dívida for paga, o fornecedor tem que retirar o nome deste consumidor da negativação em um prazo de até 5 (cinco) dias. Se isso não acontecer, a inscrição que antes era devida, agora se torna indevida, passível de indenização por danos morais, da mesma maneira.

Os especialistas consultados afirmaram ainda que, apesar da quantidade de informação disponível, as pessoas não são educadas a buscarem seus direitos, e não apenas quanto a relações de consumo. Nas palavras do advogado Hugo Fanaia, no Brasil ainda há a pecha de que é feio discutir, porém há casos em que o consumidor acredita que a empresa pode prejudicá-lo de alguma forma no futuro, caso ele busque seus direitos judicialmente. Para os especialistas ouvidos, a prática de reivindicar se tornou mais ampla com a internet, porém chamam à atenção para o fato de que apenas reclamar na internet vias redes sociais, não adianta, a reclamação ou solicitação deve ser formalizada junto à empresa e caso não haja resposta favorável ao cliente, este deve procurar os meios judiciais para a resolução da questão. Como ressalta o advogado Hugo Fanaia, o cidadão tem acesso fácil aos órgãos de proteção de direitos do consumidor, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), PROCON, Ministério Público e Defensoria Pública.

Quando o assunto é compra pela internet, um dos grandes problemas está nas intermediações de compra. Geralmente as empresas que divulgam as promoções se isentam da responsabilidade sobre o conteúdo da promoção, entretanto, quem propagou também tem responsabilidade sobre a transação, de forma que os tribunais têm entendido que no caso de sites intermediadores (de compras coletivas, de vendas de passagens, venda de pacotes turísticos, etc) entre o consumidor e empresa, ambos são solidariamente responsáveis pela venda realizada. Assim, por exemplo, se o consumidor comprou um bilhete para uma viagem em determinado site que informa os melhores preços entre as companhias aéreas, o site de vendas e a companhia aérea serão responsáveis conjuntamente por qualquer fato que ocorra com o consumidor durante o trajeto comprado. No caso de a empresa não poder ser localizada, o consumidor pode acionar somente a empresa de compra coletiva, de acordo com o advogado e secretário-geral adjunto da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor da OAB/MS, Hugo Fanaia. Para maiores informações sobre comércio eletrônico, acesse aqui o decreto que regulamenta esta prática.

Fonte: Yahoo - 23/09/2013

Consumidor pode pedir bloqueio de celular roubado informando número da linha

por Pedro Peduzzi

A partir de hoje (8), está mais fácil bloquear celulares roubados, extraviados ou perdidos, bastando apenas ao usuário informar o número da linha para a operadora. Antes, era necessário anunciar os cerca de 15 números que compõem o identificador chamado Imei – espécie de chassi dos aparelhos, que pode ser visualizado ao se digitar *#06#. Ele também pode ser localizado na parte traseira do aparelho, em geral perto da bateria, caso o celular esteja descarregado.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o bloqueio pode ser feito junto às operadoras e, também, na Polícia Civil da Bahia, Ceará e Espírito Santo, onde já há acesso ao sistema. Em breve, o mesmo poderá ser feito nas delegacias de Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como por meio da Polícia Federal.

Basta ao usuário fazer uma ocorrência nas delegacias para, automaticamente, o celular ser incluído em uma lista que contém aparelhos roubados, extraviados ou perdidos tanto em território nacional como em 44 outros países. No caso de aparelhos com dois chips, o ideal é informar o número das linhas às duas operadoras.

Fechando o cerco

“Estamos adotando duas formas de combate a roubos e furtos. A primeira, bastando apresentar às operadoras ou delegacias o número do celular, em vez dos 15 números do identificador, para bloqueá-lo. A segunda, ao obrigarmos que transportadores e lojistas incluam, na nota fiscal, esse identificador. Isso possibilitará a identificação dos aparelhos em caso de roubo de cargas ou em lojas varejistas”, disse o presidente da Anatel, João Rezende, ao anunciar as medidas hoje em Brasília.

A fim de evitar que as pessoas adquiram celulares roubados, foi disponibilizada, na internet, uma página  na qual é possível saber se os identificadores Imei estão bloqueados. A consulta pode ser feita pelo site www.consultaaparelhoimpedido.com.br.

“Para saber o número de identificador, basta digitar *#06# no próprio aparelho celular”, informou Rezende. Segundo o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Alexandre Bicalho, “o roubo de celulares já estava virando uma indústria no país”, inclusive, com a comercialização de aparelhos roubados no exterior.

“Por isso, a consulta [sobre aparelhos bloqueados] terá também uma base internacional com mais de 30 milhões de registros de celulares roubados em 44 países”, disse o superintendente da Anatel.

Nos casos em que a pessoa perdeu e, depois, encontrou o aparelho, será possível fazer o desbloqueio junto à operadora. Já os aparelhos roubados que tenham sido localizados pela polícia poderão ser devolvidos ao proprietário original. “Para isso, basta a boa vontade do policial ou de quem [na consulta] descobrir que o celular está bloqueado”, finalizou Bicalho.

Fonte: Agência Brasil - 08/03/2016

quinta-feira, 3 de março de 2016

Delcídio acerta acordo de delação premiada na Lava Jato

Para ter validade, acordo ainda tem de ser homologado pelo STF.
Na delação, senador acusa presidente Dilma e ex-presidente Lula.


Camila Bomfim
Da TV Globo, em Brasília

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um acordo de delação premiada em troca de possível redução de pena.
Ex-líder do governo Dilma Rousseff, Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), após ter ficado 87 dias na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Na delação, Delcídio fez acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff, conforme revelou edição da revista "IstoÉ" que circula nesta quinta-feira (3).
O jornal "O Globo" também publicou a notícia de que Delcídio tinha assinado o acordo, no dia em que foi solto, há quase duas semanas, sem no entanto revelar o conteúdo dos depoimentos.
Segundo a revista IstoÉ, Delcídio disse que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que Dilma agiu para interferir na Lava Jato (veja os principais pontos na imagem abaixo).
Assinado, mas não homologado
A TV Globo confirmou que o acordo foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.
O advogado de Delcídio, Antonio Figueiredo Basto, disse que não fará comentários sobre a delação premiada de seu cliente, embora a revista tenha divulgado trechos das revelações feitas pelo parlamentar à PGR.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se vai homologar o acordo ou não.
Se não for homologado, o acordo perde a validade. A homologação é a validação de que se trata de um acordo que cumpriu todas as normas previstas em lei.
Juristas ouvidos pelo G1 informaram que, se a delação não for homologada, Delcídio não receberá benefícios, como a redução de pena. Mas tudo o que ele disse nos depoimentos, como as acusações a terceiros, indicações de provas, relatos de conversas, continuará valendo e será objeto de investigação e poderá ser considerado em julgamento.
As acusações contra Dilma
De acordo com a revista "IstoÉ", Delcidio contou que Dilma agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato.
Uma dessas ações, segundo o senador, foi a nomeação para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) do ministro Marcelo Navarro, que se teria se comprometido a votar, em julgamentos no tribunal, pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato.
Delcídio afirma na delação, segundo a "IstoÉ", que, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma sabia que havia um esquema de superfaturamento por trás da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e atuou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal e um dos presos na Lava Jato, fosse mantido na direção da Petrobras. A presidente, segundo o senador, indicou Cerveró para a diretoria financeira da BR Distribuidora.
Delcídio descreveu ainda uma operação de caixa dois na campanha de Dilma em 2010 feita pelo doleiro Adir Assad, também preso na Lava Jato.
Segundo o senador, o esquema seria descoberto pela CPI dos Bingos, mas o governo conseguiu barrar a investigação dos parlamentares.
As acusações contra Lula
Ainda de acordo com a revista, Delcídio afirmou que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que seria o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de testemunhas.
O ex-presidente, segundo Delcídio, foi o mandante dos pagamentos que o senador ofereceu à família de Cerveró e que resultaram na prisão do senador, em novembro.
De acordo com Delcídio, Lula pediu “expressamente” para que ele ajudasse o pecuarista José Carlos Bumlai, porque estaria implicado nas delações do lobista Fernando Baiano e de Cerveró.
O senador afirma, segundo a revista, que Lula não queria que Cerveró mencionasse o esquema de Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.
Na delação, Delcídio diz que intermediaria o pagamento à família de Cerveró com dinheiro fornecido por Bumlai.
O senador também afirma, de acordo com a publicação, que em 2006 Lula e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci teriam articulado um pagamento ao publicitário Marcos Valério para que ele não dissesse o que sabia durante o processo do mensalão.
De acordo com o parlamentar, Valério exigiu R$ 200 milhões para se calar na CPI dos Correios, e Lula teria cedido. Palocci, conforme o depoimento, assumiu a tarefa de negociar o pagamento.
Versões dos acusados
O G1 fez contato com a assessoria da Presidência da República, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.
O Instituto Lula divulgou nota com o seguinte teor; "O ex-presidente Lula jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela operação Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo."
A defesa de José Carlos Bumlai disse que não vai se pronunciar porque não tem conhecimento dos termos da delação.
O G1 procurou as assessorias dos ministros Marcelo Navarro (STJ) e Vital do Rêgo (TCU), e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
A defesa de Marcos Valério informou que não vai se pronunciar porque desconhece o teor das declarações oficiais de Delcídio.
Na delação, Delcídio acusou ainda os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) e os deputados Marcos Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) de cobrar empreiteiros para que eles não fossem convocados na CPI da Petrobras.
O G1 procurou o deputado Marco Maia e o ex-senador Gim Argello, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
Por meio de nota publicada no Facebook, o deputado Fernando Francischini disse que Delcídio é um "mal caráter" e o desafiou a provar "uma vírgula" do que foi dito sobre ele na delação. "E eu já mandei ao PGR e ao ministro Teori todas as informações que demonstram a mentira deslavada", escreveu o deputado na rede social.
Situação de Delcídio
Delcídio foi preso por tentar dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação do senador em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Segundo investigadores, Delcídio chegou até a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação premiada, o que reforçou para as autoridades a tentativa do petista de obstruir a Justiça.
A prova da tentativa de obstrução é uma gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, que mostra Delcídio oferecendo fuga para o ex-diretor não fazer a delação.
No pedido de prisão, a procuradoria afirma que Delcídio chegou também a oferecer R$ 50 mil mensais para Cerveró em troca de o ex-diretor não citá-lo na delação premiada.
O senador está afastado temporariamente do PT. O partido decidiu mantê-lo afastado, sem expulsá-lo, até que o parlamentar apresente uma defesa à sigla e o caso seja analisado internamente.
Uma comissão do partido com três integrantes vai elaborar um relatório com base na defesa que Delcídio apresentará.